O uso de medicamentos para tratamentos de outras doenças pode alterar o ciclo menstrual?
O uso de medicamentos para tratamentos de outras doenças pode alterar o ciclo menstrual?
O uso de medicamento para tratamentos de outras doenças pode alterar o ciclo?
Sim, segundo Rogério, alguns tipos de remédios estão entre os fatores que podem influenciar o ciclo menstrual. “Existe uma série de medicamentos que aumentam a produção do hormônio prolactina”, afirma o ginecologista. Este hormônio tem a função de desenvolver mamas e, no puerpério, período logo após o parto, produzir leite.
Entretanto, quando presente nos medicamentos, ele pode atingir níveis muito altos, causando alterações no funcionamento do organismo. “Quando aumentado, ele pode interferir nos hormônios sexuais, deixando os ciclos irregulares e, às vezes, até ausentes”, explica o profissional.
Que tipos de remédios são esses?
Os remédios que podem provocar essas alterações no ciclo menstrual são dos mais diversos tipos. “Entre os medicamentos que podem aumentar os níveis de prolactina estão: antipsicóticos (Haloperidol), domperidona, metoclopramida (Plasil), morfina, cimetidina, ranitidina, anti-hipertensivos (Metildopa, Verapamil) e vários antidepressivos (como Sertralina e Fluoxetina)”, cita ele.
Além disso, outro hormônio que também pode afetar o ciclo menstrual é aquele produzido pela glândula tireóide. “Assim, pessoas que fazem uso de medicamentos para tireoide, dose abaixo ou acima, podem ter distúrbios do ciclo menstrual também”, completa o profissional.
O que deve ser feito nesse caso?
O atraso e a desregulação do ciclo podem trazer muitos incômodos e inconvenientes para a mulher. Caso o remédio precise ser usado somente durante um período, os impactos não são tão grandes. Muitas vezes, no entanto, o medicamento que causa a alteração no ciclo precisa ser de uso contínuo. “Se os níveis de prolactina permanecem altos e o remédio não pode ser interrompido, existem medicamentos para diminuir a produção deste hormônio”, esclarece Rogério. O ideal é conversar com seu ginecologista, que poderá buscar a melhor solução para essa situação, levando em conta as especificidades do seu caso. É importante lembrar, inclusive, da importância de informar esse profissional na consulta caso você precise consumir algum medicamento regularmente!
Dr. Rogério Leão, Ginecologista e Obstetra do IPGO (Inst. Paulista de Ginecologia e Obstetrícia) e Médico Assistente na área de Ginecologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM/ UNICAMP). CRM: 104.152



