DST: ginecologista comenta quais são as doenças mais perigosas e como se prevenir
DST: ginecologista comenta quais são as doenças mais perigosas e como se prevenir
Ginecologista destaca as DSTs mais perigosas para a saúde feminina
No ponto de vista clínico, a ginecologista destaca AIDS, Hepatite B e C, HPV e Cervicite como as que são capazes de promover complicações mais graves para a nossa saúde. Confira a explicação da médica sobre cada quadro.
AIDS: É uma síndrome provocada pelo vírus HIV que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. O portador do vírus, chamado de soropositivo, pode ficar anos sem desenvolver a síndrome, mas neste período é capaz de transmiti-la a outras pessoas. “Uma vez agravada a imunodepressão, o portador da infecção pelo HIV apresenta doenças oportunistas, podendo ser causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e até neoplasias”, explica a especialista. A história natural dessa infecção vem sendo alterada consideravelmente pela terapia antirretroviral (TARV).
Hepatite B e C: Doença viral que cursa de forma assintomática ou sintomática até formas fulminantes. Os sintomas podem ser náuseas; vômitos, icterícia; dor abdominal e febre. “É especialmente perigosa pela possibilidade de cronificação da infecção, cirrose hepática e suas complicações (ascite, hemorragia digestiva, peritonite bacteriana espontânea, encefalopatia hepática)”, diz a médica.
HPV: Segundo a médica, a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) é a DST mais comum do mundo. Ele é o responsável pelo surgimento das verrugas comuns de pele e verrugas genitais, chamadas de condiloma acuminado. “A maioria dos casos é assintomático ou transitório, se curando espontaneamente pela ação do nosso sistema imunológico. A doença pode ser identificada apenas por alterações causadas no exame preventivo (Papanicolau)”, diz.
Para a especialista, a maior preocupação surge quando se desenvolve uma infecção permanente pelo vírus, já que alguns tipos estão relacionados ao câncer de colo do útero, o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileiras depois do câncer de mama.
Cervicite: É a inflamação do colo uterino. É normalmente assintomática, mas quando apresenta sintomas, os mais comuns são corrimento mucopurulento e sangramento depois das relações sexuais. “As infecções mais comuns e importantes causas da cervicite são Clamídia e Gonorréia (DSTs). Quando não adequadamente tratada, a infecção pode se estender ao endométrio e às trompas, causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP)”, diz a ginecologista. De acordo com a médica, infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica são as principais sequelas dessas infecções.
Existem outras formas de contágio dessas doenças além da relação sexual desprotegida?
Segundo a médica, para ser classificada como uma DST a doença precisa que sua via de transmissão principal seja sexual, porém, existem outras formas de contágio para muitas delas. “O vírus HIV e das Hepatites B e C, por exemplo, podem ser transmitidos através de agulhas contaminadas, transfusão de sangue, doação de sêmen e órgãos, ou de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação”, afirma.
Já a sífilis pode ser transmitida para o feto por via placentária, em qualquer momento da gestação ou estágio clínico da doença em gestante inadequadamente tratada. De acordo com a ginecologista, outra doença que merece atenção especial é a infecção pelo HPV, que ocorre não só pelo contato direto com lesões, como também através do uso de objetos contaminados, como toalhas ou roupas íntimas.
Saiba como se prevenir!
O uso de preservativos durante as relações sexuais ainda é o método mais eficaz para redução do risco de transmissão da DST. As vacinas também são métodos com elevada eficiência na prevenção de doenças. Atualmente existe vacina contra HPV e hepatite B. Sobretudo, a ginecologista atenta para a educação sexual como recurso fundamental: “É importante que o indivíduo seja capaz de observar as possíveis situações de risco presentes em suas práticas sexuais e promova comportamentos preventivos. Visitas regulares ao seu ginecologista são essenciais”, diz.
Dra. Roberta Negri
Ginecologista e Obstetra da Perinatal
CRM-RJ 85455-7



