Conheça a história de Mary Beatrice, a mulher negra que criou o primeiro absorvente
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A escritora Zing Tsjeng, autora da obra, relata ter descoberto diversas inexatidões históricas a respeito de inventos concebidos por mulheres e injustamente atribuídos a homens. “Houve milhares de mulheres inventoras, cientistas e tecnológicas. Mas elas nunca receberam o reconhecimento que mereciam”, revela Zing em um artigo publicado na Vice. O número de perfis ilustrados na série de livros foi inspirado no número total de vencedoras do sexo feminino do Prêmio Nobel desde sua primeira edição até o ano do lançamento da obra (2016).
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Antes de falecer, em 2006, Mary Beatrice teve a oportunidade de compartilhar sua trajetória com a escritora. A seguir, uma ilustração feita pela artista Shreyas R Krishnan retrata a inventora:
Neta, filha e irmã de inventores, Mary Beatrice herdou o talento para criar
O talento para criar soluções e tornar a vida da sociedade mais fácil veio de casa. Nascida em 1912, Mary Beatrice é neta do inventor do sinal de luzes tricolor, utilizado para guiar trens na época, e irmã de Mildred Davidson Austin Smith, conhecida por patentear o jogo de tabuleiro da família. E não para por aí!
Seu pai, o pastor Sidney Nathaniel Davidson, também se arriscou no mundo das invenções e criou um prensador de roupas que as fazia caber em malas. Entretanto, apenas uma unidade do projeto foi produzida e vendida pelo valor de $14. O ocorrido não deve ser confundido com falta de popularidade! Na verdade, Sidney recusou uma oferta de $20 mil pela ideia e decidiu voltar para a carreira como pastor.
Após um ano na prestigiada Universidade de Howard, problemas financeiros fizeram Mary largar os estudos
Com o amor pelas invenções no sangue, Mary Beatrice seguiu estimulando sua mentalidade criativa. Em 1931, logo após se formar no ensino médio, a jovem conseguiu uma vaga na prestigiada Universidade de Howard. Entretanto, os problemas financeiros fizeram com que a estudante tivesse que abandonar as aulas no ano seguinte. Entre trabalhos como babá e em órgãos públicos, Mary nunca deixou de lado a aposta em suas invenções.
Com o tempo, Mary descobriu que ter dinheiro para patentear as criações era tão importante quanto suas próprias ideias. Essa seria, infelizmente, a única maneira de não ser apagada da história como tantas outras inventoras já haviam sido. Em 1957, as economias da norte-americana finalmente se tornaram o suficiente para sua primeira patente: o primeiro modelo de absorvente.
Mary conseguiu patentear o primeiro absorvente da história e sua invenção foi utilizada até a década de 60
A alternativa criada por Mary Beatrice para ajudar as mulheres a passar pelo período menstrual deu origem ao que você conhece hoje como absorvente. O objeto era uma espécie de cinto para os chamados guardanapos sanitários - produto utilizado até a década de 60. Com o recurso, as chances de sofrer com um vazamento eram consideravelmente reduzidas. Dito isto, não demorou para que as mulheres aderissem ao primeiro absorvente de todos os tempos.
Racismo estrutural: empresas desistiam de fazer negócios com Mary ao descobrir que a inventora era negra
Infelizmente, Mary se deparou com outro obstáculo em seu caminho: o racismo estrutural. Durante as entrevistas à autora da obra, ela relata que em diversas ocasiões, as empresas interessadas em comprar suas invenções abortavam o negócio após descobrir a cor de sua pele. Mulher e negra, a inventora teve que lidar mais de uma vez com o preconceito pelas minorias. Mesmo com todas as dificuldades, Mary não desistiu e registrou mais de cinco patentes ao longo da vida. Pode não parecer muito, mas é mais do que qualquer outra inentora norte-americana negra conseguiu.
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