Coceira vaginal: saiba o que dá origem ao incômodo e como tratar
Coceira vaginal: saiba o que dá origem ao incômodo e como tratar
Para entender melhor o que pode ser coceira na vagina e como tratar, conversamos com a ginecologista Alessandra Evangelista. Confira!
Coceira na vagina é um dos principais sintomas de infecção vaginal
Segundo a doutora Alessandra, a coceira vaginal é um sintoma e, portanto, pode estar associada a inúmeras doenças e infecções vaginais. "As infecções fúngicas e bacterianas [que são provocadas pela proliferação excessiva de fungos e bactérias, respectivamente] podem ter como um dos sintomas o prurido vaginal", orienta a médica. Nestes casos, a região íntima da mulher costuma ser acometida também por outros desconfortos, além da coceira.
Veja também: Corrimento, coceira e mau odor: veja os principais sintomas de uma infecção vaginal
Entre as infecções vaginais capazes de provocar a coceira na vulva, estão a candidíase e a vaginose bacteriana. A candidíase acontece quando o fungo Candida albicans, que habita naturalmente a flora vaginal, passa a se multiplicar em excesso. Essa proliferação é favorecida por alterações na flora vaginal, que, por sua vez, podem ser desencadeadas por diversos fatores. Junto à coceira na vagina, a candidíase ainda pode provocar corrimento branco, ardência, inchaço e vermelhidão na vulva.
O mesmo se aplica à vaginose bacteriana, que também é uma infecção vaginal causada pelo crescimento excessivo de um microrganismo. Neste caso, o agente causador da infecção é uma bactéria chamada Gardnerella vaginalis. Assim como a candidíase, a vaginose bacteriana pode ocasionar a coceira na vagina, ardência e, além disso, corrimento com mau cheiro.
Como tratar: a coceira vaginal provocada por uma infecção na vagina deve ser tratada por meio de medicamentos antibióticos. "O tratamento com pomadas vaginais antifúngicas e antibacterianas ajudam", explica a ginecologista.
Para evitar essas e outras infecções vaginais, é preciso fazer a higiene íntima de forma correta e manter uma rotina de hábitos saudáveis. Veja algumas recomendações da ginecologista:
8 dicas para evitar a coceira provocada por infecções vaginais
1) Dê preferência por sabonetes vaginais líquidos, neutros e sem perfume;
2) Evite lavagem em excesso da vagina e vulva. Duas vezes ao longo do dia é o suficiente;
3) Evite duchas vaginais, pois o jato forte elimina a barreira protetora da mucosa;
4) Calcinhas feitas de algodão diminuem o excesso de umidade local e não causam alergias. Evite os tecidos sintéticos;
5) Evite ficar de biquíni molhado o dia todo, pois isso favorece a proliferação de fungos;
6) Use camisinha para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, que também causam coceiras;
7) Nos casos de mudança hormonal, converse com seu médico sobre algum hormônio local ou lubrificantes à base de água que possam auxiliar nos sintomas;
8) Não coce, pois você pode irritar ainda mais a região e levar a uma infecção secundária causada por microorganismos presentes nas unhas;
Coceira vaginal também pode ser sintoma de alergias e irritações
Reações alérgicas também estão entre as causas mais comuns para a coceira na vagina. Dependendo da origem da alergia, a coceira pode se concentrar na vulva (parte externa da genitália feminina) ou até mesmo se estender para o interior da vagina. Segundo a doutora Alessandra, "o principal é descobrir a fonte que está ocasionando a alergia para, então, retirá-la do contato". Ainda de acordo com a médica, a alergia por ser provocada por diversos motivos, como o tecido da roupa íntima, um sabonete novo e o uso prolongado do absorvente externo ou interno, por exemplo. Além disso, o látex da camisinha e lubrificantes artificiais também podem gerar o quadro alérgico na região íntima, assim como possíveis resíduos de sabão em pó ou amaciante na calcinha.
Como tratar: neste caso, o tratamento para a coceira vaginal inclui afastar o objeto ou a substância responsável pela alergia. "Algumas medicações para diminuir os sintomas também podem ser prescritas", indica a profissional.
Causas menos comuns para a coceira vaginal incluem menopausa e secura vaginal
E se a coceira vaginal não estiver relacionada a infecções vaginais ou reações alérgicas? Nestas circunstâncias, o sintoma pode indicar outras condições. "Doenças como o diabetes descompensado, o líquen escleroso [doença crônica capaz de provocar manchas na região genital] e algumas fases da vida, como a menopausa, também estão associados ao prurido vaginal [coceira na vagina]", relata a especialista. No caso da menopausa, a coceira na vagina está associada à secura vaginal característica das alterações hormonais deste período. "Por vezes, apenas o uso de uma reposição hormonal já atenua o sintoma", explica a ginecologista. Dito isto, mais uma vez, o diagnóstico médico individualizado se torna imprescindível.
Veja também: Secura vaginal: veja as causas e consequências desse quadro
Este artigo conta com a colaboração da especialista:
Alessandra Evangelista - Ginecologista
CRM: 52.78.093
Matéria atualizada em: 09 de junho de 2020



