3 meninas contam sobre aceitação e o que mudou em suas vidas após isso
3 meninas contam sobre aceitação e o que mudou em suas vidas após isso
PRODUTO Relacionado

É você quem define o seu padrão
“Até eu crescer mais um pouco e ir pra faculdade, eu só tinha ao meu lado pessoas que se encaixavam muito dentro de um padrão surreal de beleza. E eu achava que para que eu conseguisse me aceitar, eu teria que me moldar até que eu também fizesse parte daquele padrão também”, conta Sarah com seus longos cachos.
“A gente sempre quer aquele corpo ‘perfeito’ criado pela mídia, sem gordura, sem estria, celulite, magro, mas não tão magro assim... Mas esquecemos que cada corpo, do seu próprio jeito, é perfeito. E então caímos nessa de corpo de boneco impecável e nos sentimos mal por estar fora do padrão”, afirma Luísa, dona de um corpo lindo, mas que era chamada de “magrela” quando criança. Por isso, é importante entender que cada um tem um tipo físico e não tem sentido querer se encaixar de qualquer maneira em uma padrão de corpo que não é o seu. É como querer ter 1,80 cm quando todos os seus familiares são baixinhos. E não há nada de errado em medir menos - ou mais - que isso. A gente não precisa se encaixar em padrão nenhum, o amor próprio basta por si só!
Aceitar suas características é se amar por completo
Sabe o seu nariz tortinho ou os seus dedos mais compridos que o de todo mundo? Ame eles! Ame-os tanto quanto você ama sua banda favorita ou o seu cachorrinho. A Gabi Cordeiro, dona de uma pele negra maravilhosa, nos contou que aprendeu a se amar com o tempo, ou seja, tudo ainda é um processo em andamento. “Passei a adolescência inteira alimentando uma aversão pelas minhas características físicas. Não gostava de usar óculos, tinha muitas espinhas e usava aparelho. Mas passei a amar as características que me fazem eu, minhas manchinhas, meus dentes tortinhos, meu nariz, minha cor (essa eu sempre amei), e tudo que me faz única”, disse ela. Falando nisso, você já parou para pensar que você é a única pessoa no mundo como você? Isso mesmo, você é mais que especial. :)
Foto: Izabella Cordeiro
O que te ajudou no processo de aceitação?
Todas as 3 meninas nos contaram que o processo de aceitação pode ser um pouco longo e nunca se finaliza totalmente. “Acho que ninguém se aceita por completo. Mas eu reconheço que melhorei muito e consegui transformar muito a concepção que tinha sobre mim mesma”, comenta Sarah. “Todo dia é um aprendizado”, completa Gabi. Mas elas também falaram que algumas coisas as ajudaram bastante nessa jornada.
Para Sarah, foi a certeza de que seus amigos e familiares a amam da forma que ela é. “Se eu estou me sentindo mal, tendo a focar em tudo que considero ‘defeito’ em mim, mas me forço a lembrar que as pessoas que me amam enxergam primeiro uma série de qualidades que eu nem sequer consigo ver”, conta ela. Já para Gabi, foi ter a representatividade de mulheres negras. “Eu acompanho mulheres negras, modelos, atrizes, jornalistas… Graças à luta de muitas antes de mim, agora eu posso ver meus traços minimamente representados na TV e em propagandas. Na verdade, depois que entendi que o cabelo crespo ser considerado feio, minha cor e meus traços serem considerados feios, são uma forma de racismo, resolvi que iria amar cada pedacinho do meu corpo, que representa resistência e luta”, conta. <3
Cuidar de si mesma é cuidar da sua autoestima e se aceitar
O que te faz se sentir poderosa? Para muitas, é tirar um dia de “self care” para cuidar de si mesma. E pode acreditar: quando cuidamos de nós mesmas, quando recebemos uma atenção própria, nos sentimos mais amadas. “Cuidar de si é muito importante. Então, quando quero levantar minha autoestima, eu como alguma coisa saudável, medito, faço uma máscara facial... qualquer coisa que me faça sentir cuidada”, conta Sarah. “Ficar bronzeada sempre me ajuda a melhorar minha autoestima! Mas de uma maneira geral, eu tento me cuidar, enxergar em mim as características que gosto e me lembrar delas sempre que possível”, indica Luísa.
Foto: Mateus Augusto Rubim
Já Gabi diz que, para aumentar sua autoestima, basta ser gentil, ter orgulho de quem é e saber se amar. “Ser negra nunca foi uma dificuldade, até que algumas pessoas brancas decidiram que seria. Mas autoestima não é só sobre aparência, é também sobre se orgulhar de quem eu sou e quem estou me tornando. Depois que resolvi parar de me odiar, muita coisa mudou. Assim como sempre tento ser gentil e educada com os outros, também sou comigo mesma, aliás eu mereço amor. Depois que eu entendi que mereço amor, aprendi que não devo aceitar menos que isso de ninguém, nem de mim”, fala ela.
3 meninas, 3 dicas para você se aceitar como é:
Também pedimos que Gabi, Luísa e Sarah dessem dicas para meninas que não se sentem dentro de um padrão específico e ainda não conseguiram se aceitar. Confira o que cada uma falou:
Luísa: “Essa ideia caída de seguir um padrão estético não tá com nada. O legal é descobrir seu próprio estilo, o jeito que VOCÊ quer ser, e não o que os outros esperam”.
Gabi: “Menina, você é linda. Pode ser que você não se encaixe nesses padrões impossíveis que ninguém se encaixa. Mas você é linda quando se ama, quando coloca aquela roupinha confortável, quando ouve sua música favorita, quando se emociona com filmes e séries. Você é linda quando acredita no amor e na bondade das pessoas, quando luta e não desiste, apesar das suas dificuldades. Você é linda quando dança, ri… quando faz o que tem vontade, sem deixar que os padrões te impeçam de viver. Faça do seu corpo resistência também, assim como ouvi alguém dizer um vez: ‘se amar é um ato revolucionário’”.
Sarah: “Se aceitar é meio que se abraçar e caminhar em direção a estar mais em sintonia consigo mesmo. Por isso, procure pessoas que te inspirem e que pareçam um pouquinho mais com você. Conhecer pessoas diferentes é essencial para perceber que o mundo é muito diverso, todas as pessoas são diferentes e únicas, assim como você também é. Há beleza em diferentes tipos de pessoas”.
PRODUTOS Relacionado




